segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Idéia de semântica pelo fato de expressar dois ou mais sentidos, sendo polissêmico.

Anúncio Semântico


O anúncio:
O tema é eleição, e a partir dele foi criado um texto abordando palavras da mesma constelação semântica (palavras e expressões pertencentes ao mesmo universo linguístico), conhecido como gancho natural.
As palavras são: corrige (na imagem), confirma (e), anule e branco. Os verbos e o substantivo usados no texto estão ligados ao tema: eleição.

Fonte:http://discutindoaredacao.wordpress.com/

Publicidade e Semântica

 

A semântica é integrada em diversos anúncios publicitários,
sendo empregada com seus variados significados, sentidos e costumes.
o anúncio acima retrata o sentido de usar a saia, o saia dá a idéia da roupa e de sair de dia, de noite e de si!!
(Texto: Hellen Soares)

Fonte imagem: http://www.vestibulandoweb.com.br/portugues/prova-resolvida-ufv-2010-discursiva.asp

Painel Semântico

Semântica Parte 1/3

Semântica Parte 2/3

Semântica Parte 3/3

O Nascimento da Semântica

Gustaf Stern
         
          A linha divisória existente no estudo da linguagem surgiu no século XIX, até esse período, os estudos de compreensão linguística só ocorriam sob a égide das distinções vocabulares de maneira dispersa, a partir do processo diacrônico. A grande mudança ocorreu com as ideias dicotômicas de Ferdinand de Saussure (1857 - 1913), linguista suíço, cujas ideias estruturalistas influenciariam para o desenvolvimento da teoria linguística. De início, o linguista trabalhava a filologia e, mais tarde, partiu para a linguística geral. Das anotações de alguns de seus melhores alunos surgiu o Curso de Linguística Geral em 1916, publicado postumamente. Com ele, os estudos diacrônicos deram lugar aos estudos sincrônicos, afetando, além da linguística, as pesquisas de cunho antropológico, histórico e de crítica literária.


     A partir daí nunca mais se parou de estudar semântica. Em 1921, o fonólogo francêsLéonce Roudet (1861 - 1935) passou a trabalhar com base na linguística psicológica as evoluções semânticas. Gustaf Stern, em 1931, distinguiu as mudanças externas das linguísticas. Jost Trier idealizou a ideia do "Campo Semântico", estabelecendo ligações entre o plano dos conceitos e o da expressão no intuito de facilitar a compreensão entre as relações de significante e significado. Os estudos prosseguem até a fase do Estruturalismo clássico proposto pelo linguista húngaro Stephan Ulmann (1914 - 1976), que distinguia a natureza e a causa semânticas a partir das relações de sentido e os efeitos quanti-qualitativos que ele possuía.
      No início dos anos 1950, um linguista e pedagogo americano chamado Noam Chomsky (1928 -) fundou a gramática gerativo-transformacional, um sistema que revolucionou a linguística moderna. Para ele, as pessoas de conhecimentos inconscientes já possuem o seu próprio idioma e, depois disso, o linguista francês Oswald Ducrot (1930 - ) brilhantemente faz os estudiosos considerarem que nenhum sentido se adquire fora do contexto.


         Um exemplo é a  Semântica lexical é uma das muitas vertentes relativas aos estudos de sentido. Esta teoria, que faz parte da semântica estruturalista, se vale da linguagem e não do mundo real, como preconiza Saussure. Desta feita, as palavras são definidas através da relação que possuem umas com outras, estabelecendo sentido, possibilitando significações. Vale também mencionar as contribuições embrionárias de Frege, que em 1978 trouxe a questão do significado para uma abordagem em interface com a lógica. Frege ligou o significado da sentença às condições de verdade, mas sem deixar de se preocupar com o significado lexical de maneira isolada, ou seja, atribuindo valores do que é pressuposto ou subentendido nas orações a partir das marcas linguísticas existentes na sentença.

O trabalho com a semântica lexical requer o conhecimento de uma nomenclatura particular.
A lexia é uma unidade lexical memorizada, que pode ser simples, como livro, caderno, lápis; composta, como primeiro-ministro, guarda-chuva, mesa-redonda; complexa, como estado de sítio, mortalidade infantil, Cidade Universitária; e textual, como em expressões proverbiais do tipo "quem tudo quer, tudo perde".

          Conforme mencionado anteriormente, a lexia se compõe de vocábulos, cuja natureza de elementos que a compõe é chamada de morfema. Esse morfema possui duas caracterizações, um lexema, como unidade constitutiva de significados e um ou mais gramemas, que são os indicadores de função. No caso da lexia cunhado, o lexema é cunhade o gramema de gênero é o.
Os morfemas lexicais pertencem a um inventário fechado e pouco extenso. Sua significação é, pois, nomeada de semema. Estes, por sua vez, possuem três grupos, os específicos (distinguem o que é mais próximo), os genéricos(indicam a classe gramatical) e os virtuais (existem na consciência do falante).
No campo das relações entre as lexias, o linguista inglês John Lyons (1932 -) propõe o seguinte esquema: 
1) Relações semânticas: hierarquia, inclusão, equivalência, oposição. 
2) Relações fonéticas e gráficas: homonímia, homofonia, homografia e paronímia.


O Novo Jornalismo e as mudanças no trabalho do jornalista:Uma Abordagem Discursiva

Marília Giselda Rodrigues
Grupo Atelier/LAEL PUC-SP/CNPq

O jornalismo impresso passa por um período de grandes transformações, decorrentes do desenvolvimento de novas tecnologias de informação e comunicação. Além do encurtamento do tempo de produção de notícias, o jornalista agora deve produzir para diferentes plataformas (impressa e digital em diferentes suportes), o que significa aumento do volume de trabalho. Ao mesmo tempo, o jornalista e o jornalismo tradicionais perdem a primazia na produção de notícias e concorrem com múltiplas possibilidades de comunicação e novos atores. O jornalismo moderno do século XX, que já fora o “novo jornalismo”, passa a ser chamado a “velha mídia” e precisa então se reinventar. Para a elaboração de meu projeto de pesquisa de doutorado, em andamento, debrucei-me inicialmente sobre um conjunto de textos que versam sobre o fim do jornalismo, tomados como um sinal (GINZBURG, 1986/1991) de mudanças significativas. Essa análise preliminar permitiu a construção de um espaço discursivo em que dois discursos – o do jornalismo tradicional e o do “novíssimo” jornalismo – disputam a legitimidade de um papel na sociedade, e a formulação de uma pergunta-problema de pesquisa: como se constitui, a partir de uma relação interdiscursiva com outro discurso que o precede, um novo discurso jornalístico, e quais seriam suas características, ou suas matrizes semânticas? Os pressupostos teóricos são os da Análise do Discurso francesa, sobretudo os estudos de Dominique Maingueneau, que têm em Gênese dos Discursos (1984/2007) seu marco de singularidade. O tratamento dos discursos se dá a partir da noção de uma semântica global, em que as mesmas determinações de uma dada formação discursiva explicam as práticas dos adeptos de um discurso, advindas de diferentes domínios semióticos, seu ethos, a organização das comunidades discursivas, a intertextualidade e os modos de coesão dos discursos, os gêneros possíveis e os temas tratados, enfim, o caráter global dessa semântica restringe simultaneamente o conjunto dos planos discursivos e todos os domínios da discursividade, não somente o enunciado, mas também a enunciação, e mesmo, além dela, as instituições, os modos de organização dos homens, submetidos ao mesmo processo de estruturação que os discursos correspondentes. Se o trabalho dos jornalistas é ser o mediador das diversas falas que se entrecruzam no espaço público, produzindo discursos e colocando-os em circulação, então mudanças no trabalho devem afetar também tais discursos, uma vez que se trata de ação empírica que deixa rastros no produto final. Trata-se daquilo que Maingueneau (1984/2007, p. 140) denomina “ritos genéticos”, o conjunto de atos realizados por um sujeito em vias de produzir um

VI JEL UERJ
02 a 04dez2010
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enunciado, uma noção mais ampla que a de pré-texto (anotações, gravações, rascunhos etc), já que inclui também comportamentos não escriturais, e que são inseparáveis do discurso, portanto ligados a um mesmo sistema de restrições semânticas. Assim, o objetivo da pesquisa é conhecer, ao mesmo tempo, o trabalho do jornalista em momento de transformações na atividade, e o sistema de boa formação semântica que estrutura o novo jornalismo que ora se constitui. Para isso foi necessário recorrer também à Ergologia, disciplina do trabalho, que o entende como atividade humana que nutre e cruze todas as demais esferas da vida (SCHWARTZ, 2000, 2007). Parte do corpus da pesquisa vem se produzindo em campo, com observação e entrevistas na redação da Folha de S. Paulo. Aqui, apresento uma breve análise de outro conjunto do corpus, em que comparo exemplares do jornal antes e depois de reforma apresentada em maio de 2010. É possível apreender algumas restrições semânticas do “velho” e do “novíssimo” jornalismo, diferenças e relações entre duas práticas discursivas. O ideal de objetividade e neutralidade, sempre tão caro aos jornalistas, parece ser substituído, ainda que lentamente, pela possibilidade de assumir uma posição e uma intimidade maior com os leitores.

Palavras-chave: Linguagem e trabalho; discurso e enunciação; semântica global; Ergologia; Jornalismo.

Referências Bibliográficas

GINZBURG, C. (1986) Sinais: raízes de um paradigma indiciário. In: _____ C. Mitos, emblemas, sinais: morfologia e história. Trad. Federico Carotti. São Paulo: Companhia da Letras, 1991, p. 143-277.

MAINGUENEAU, D. (1984) Gênese dos discursos. Trad. Sírio Possenti. 1ª reimpressão. Curitiba: Criar Edições, 2007.

SCHWARTZ, Y. Trabalho e uso de si. In: Revista Pro-posições. UNICAMP. vol. 11. Julho-2000, p. 34-50.
http://www.pgletras.uerj.br/linguistica/jel/2010/resumos/VIJELUERJ_SC_X_R01.pdf

Web Semântica e sua contribuição para o jornalismo

A Web Semântica, também conhecida como Web 3.0, se propõe a organizar a vasta quantidade de informações disponíveis na Web, inclusive na forma de dados, tornando-a inteligente ao ponto de que os sistemas computacionais possam diferenciar conteúdos e oferecer ao usuário o que ele realmente deseja.
Proposta em um artigo escrito por Tim Berners-Lee, criador da WWW, James Hendler e Ora Lassila, para a revista Scientific American, em 2001, a Web Semântica é uma variação da Web atual, chamada de sintática e que, segundo Lee, é uma Web onde as informações chegam de diversos lugares e não possuem uma estrutura clara, o que torna dificultoso o processo de indexação pelos sistemas de busca e impossibilita a comunicação entre aplicativos.

De acordo com Lee, a Web Semântica foi concebida com a finalidade de atribuir valor semântico aos dados, possibilitando aos agentes inteligentes – máquinas responsáveis por buscar informações na Web – reuni-las de maneira contextualizada, levando em conta os interesses do usuário.
Embora a Web já tenha nascido com esse propósito, devido às limitações de tags proporcionadas pela linguagem HTML (Linguagem de Marcação de Texto, na sigla em inglês), que não oferece uma delimitação precisa de cada parte do conteúdo, dar significado real a cada termo tornou-se impossível.
As tags utilizadas em HTML como a “h” (cabeçalho) e a “p” (parágrafo), simplesmente dizem ao navegador que formatação ele deve dar a determinado conteúdo e os buscadores, por sua vez, dão mais relevância a determinada linha de código que outra, contribuindo para a indexação das informações.

A pesquisa na Web

Quantos de nós, ao procurarmos um termo em um buscador, não nos deparamos com vários resultados inúteis; que apontam para sites que sequer tem relação com o conteúdo que procuramos? Com documentos e dados distribuídos em uma estrutura semântica, os agentes inteligentes retornariam resultados que estariam realmente dentro do contexto daquilo que procuramos.

A estrutura semântica é possibilitada pelo uso da ontologia, modelo de dados responsável por apresentar um conjunto de conceitos dentro de um domínio.
Através da ontologia, existe a possibilidade de relacionarmos termos uns aos outros, inclusive seus objetos e características. Isso é possível ao utilizarmos linguagens como o XML (Linguagem de Marcação Extensível, na sigla em inglês), presente, por exemplo, em protocolos RSS (Agregação Realmente Simples, em tradução livre).

O RSS como ferramenta de pesquisa jornalística

O RSS, utilizado em larga escala por portais noticiosos, é um subconjunto da linguagem XML, que permite ao usuário, através de programas chamados agregadores, receber informações sobre a publicação de novas matérias.

Esses sites disponibilizam um endereço que contém as informações em XML. Ao adicionar esse endereço num programa agregador, o usuário passa a receber avisos sempre que um novo conteúdo for publicado.

Já reparou no canto superior direito aqui do blog? Pois é, você pode se tornar assinante do Risoto e receber um aviso sempre que um novo post for publicado. Basta inscrever o endereço no seu agregador favorito.

A organização da informação baseada na ontologia facilita, inclusive, o trabalho de jornalistas que atuam com o meio on-line como suporte. Com tanta informação estruturada de maneira contextualizada, fica significativamente mais fácil encontrar o que se procura.

Imagine um assessor de imprensa que tem como tarefa vasculhar diversos sites que tenham relação com o campo de atuação de sua empresa. Esse profissional teria que procurar informações em um buscador, eventualmente adicionar o endereço dos resultados que mais lhe agradassem no “Favoritos” do seu navegador e visitar frequentemente esses sites, a fim de obter informações.

Utilizando um agregador de RSS, as informações são atualizadas frequentemente e o usuário tem, em um só local, acesso ao conteúdo de diversos sites espalhados pela Web.

http://www.douglasteixeira.com.br/2010/07/12/a-web-semantica-e-sua-contribuicao-para-o-jornalismo/

domingo, 12 de dezembro de 2010

Semântica – Significado e Simbolismo das Palavras

Quando se diz que há problema de semântica na conversa do dia a dia, entende-se que há uma falha na comunicação.

No que diz respeito à semântica, não estamos falando exatamente de falha, mas sim de diferentes interpretações. Assim como temos vários tipos de gramática, como a gramática histórica que trata das mudanças das estruturas da língua na linha do tempo, existe também a semântica histórica que, de certa forma, mostra-nos o referencial histórico da mudança de sentido das palavras por meio da história.

Um exemplo? A palavra “pelego” de acordo com o Moderno Dicionário da Língua Portuguesa Michaelis: “Pelego (ê) sm.1-Pele de carneiro com a lã, usada sobre a montaria, para amaciar o assento. 2-Reg. (Rio Grande do Sul) Passo errado nas danças gaúchas. 3-Político influente, títere do imperialismo. 4-Alcunha dos que disfarçadamente trabalham contra os interesses dos sindicalizados. P.-branco, Reg. (Rio Grande do Sul): alcunha que os gaúchos habitantes da fronteira dão às pessoas do norte do estado. Pl: pelegos-brancos. P.-de-velha: planta leguminosa (Calliandra tweedii). Dar o pelego ou jogar o pelego, Reg. (Rio Grande do Sul): expor-se a um perigo; arriscar a pele, a vida”.

Ainda há uma gíria recente usada por adolescentes hoje na qual se dá o nome “pelego(a)” àquelas pessoas que fogem do padrão de beleza estabelecido, ou vulgarmente falando, “gente feia”. O termo “pelego” quando utilizado para falar daquelas pessoas que se recusam a participar de greves ou que discordam dos métodos dos sindicatos está diretamente ligada à história do país. No Brasil, podemos dizer que essa palavra está ligada à luta da classe operária, à reivindicação dos direitos trabalhistas, melhores salários, redução de jornada de trabalho, à CLT, etc.

É importante observar que as palavras podem ser completamente manipuladas, modificadas omitidas e/ou distorcidas de acordo com o objetivo do discurso.

As palavras também são simbólicas ou carregam uma associação de símbolos a elas. Ainda que alguém explique exaustivamente que a cruz suástica não teve origem durante o Nazismo, as pessoas, mesmo sabendo que essa palavra sânscrita tenha o significado de “boa sorte” e que, entre outras coisas, ela carregue um significado bom em sua origem, que represente a evolução, etc., a palavra (signo) e o símbolo estão comprometidos com a ignorância da boa parte dos ocidentais. Por essa razão, aqueles que sabem o significado original de símbolos como a suástica, ficam coibidos diante do tabu que se criou sobre eles. Tabus frequentemente são carregados de falta de informação e podem também conter interesses velados de quem os sustenta.

No Japão, a palavra “suicídio” não é tida como um tabu pois os samurais poderiam valer-se desse tipo de morte para redimir-se de algo. Acontece que muitas pessoas adoecem com a rotina de trabalho exaustiva do Japão e acabam morrendo por causa de doenças desencadeadas pelo excesso de trabalho – estresse e depressão, por exemplo. Em 2005, houve aproxidamente 30 mil casos de suícidio. Esses números foram aumentando, desde a década de noventa, com a crise econômica e a instabilidade de emprego. Talvez o tabu esteja oculto no fato de não aceitar os próprios limites e exigir melhores condições de trabalho ou algo que não estresse tanto essas pessoas; certamente que muitos patrões não ficariam nem um pouco satisfeitos em ter que abrir mão de alguns milhões dos tantos que já têm em nome de melhores condições de trabalho e salários.

Há sempre uma comoção “chinfrim” que enaltece mais o sujeito que morreu trabalhando do que o mendigo que morreu de fome e sem trabalho pelas ruas da cidade, como se morrer por vontade própria fosse melhor que perder a vida por força da ocasião; é apenas morte por morte.

O fato é que podemos perceber a manipulação das palavras o tempo todo.
Uma palavra sozinha geralmente é apenas um signo; poucas palavras se autocompletam. Se alguém diz “chove”, sabemos que a chuva está caindo e ponto final, nos basta. Se dissermos apenas “por”, a esmo, não teremos unidade de significado definida porque “por” pode ser infinitivo do verbo “por” ou preposição.

Pensemos ainda em semânticas, significados e manipulação das palavras. Será que estamos falando de oratória? Retórica? Os dois! Porque se oratória, em poucas palavras, é a arte de falar em público, a retórica é a técnica de convencer por meio da oratória. As palavras num discurso, retratam a intenção de quem fala. Cabe ao ouvinte se dar ao trabalho de avaliar a legitimidade do discurso. Ou concordar com tudo e engolir qualquer coisa feito rebanho no pasto!

O fato é que somos acostumados a não prestar atenção o suficiente, por preguiça, por atribulações, pelo excesso de informação. De qualquer forma, ainda podemos acreditar mais no discurso de um cientista e em seus métodos baseados no empirismo e na lógica do que naqueles políticos de sempre, com seus discursos preparados por gente que os provê de técnicas de oratória para falar, falar, falar… e nada dizer!

Pense nesse slogan de campanha: “Sim, nós podemos!”. Isso até lembra o discurso de uma marca famosa de tênis: “Apenas faça!”. Não vamos desmerecer o valor motivacional das palavras na propaganda de um calçado destinado a pessoas que praticam esportes e têm apreço por competir. Por que um político usaria palavras tão vagas em sua campanha? Será por que é impossível honrar promessas de campanha? Podemos usar essas palavras sem qualquer comprometimento. Veja: “Sim, nós podemos mandar soldados ao Oriente Médio.” Ou “Sim, nós podemos ter um sistema de saúde muito bom e digno para toda a população.”?

O fato é que palavras vagas ou omitidas propositalmente podem significar qualquer coisa. Isso é um bom escapismo ou ainda uma boa excusa. São as letras miúdas dos termos dos contratos ou as palavras rebuscadas ou em excesso que enchem as pessoas de problemas e enchem também as consultorias advocatícias. Bom para elas, que gostam de se dar ao trabalho de estudar e conhecer os termos da lei.

Que dizer dos deuses absolutos e suas escrituras? Quanta gente manipulando e distorcendo as tais parábolas bíblicas. Os fundamentalistas são os pastores, e muitos que os seguem confortavelmente, sem questionamentos, são o rebanho. Mas são o rebanho porque seguem a palavra de Deus ou porque se deixam guiar por um pastor? Não importa. Fé cega, seja qual for a religião, é coisa para gente sem inquietudes; quem não tem inquietudes pode também não ter dúvidas, e ter dúvidas pode ser algo indispensável para quem busca alguma iluminação.

No entanto, não sejamos injustos com as licenças poéticas que deixam a vida mais bonita – o exagero, a beleza do conjunto, as metáforas felizes… Na literatura, são permitidos devaneios, enlouquecer de amor, embelezar a tristeza, ter múltiplos sentidos, aliterações; as diversidades de significados são bem-vindas.
 
Na vida real, há quem diga que a arte imita a vida. As palavras nos levam aonde desejamos, permitem–nos adquirir conhecimentos por meio da história da humanidade, ainda que muito tempo já tenha se passado depois dos desenhos nas paredes das cavernas.

Escrito por Simone Fernandes

Fonte: http://www.revistauniversomaconico.com.br/tempo-de-estudos/semantica-%E2%80%93-significado-e-simbolismo-das-palavras/

Edição e Postagem: Fredson Oliveira


Roberta Pires nos fala sobre Semântica


Graduada em Letras pela Universidade Estadual de Campinas (1985), mestrado em Lingüística pela Universidade Estadual de Campinas (1991), na área de Semântica/Pragmática. Doutorado em Linguística - Katholieke Universiteit Leuven (1995), na área de Semântica/Pragmática e Filosofia da Linguagem. Fez Pós-doutoramento no Massachussets Institute of Techonology (MIT), de 2004 a 2005. Atualmente Roberta Pires é professora na graduação em Letras e na pós-graduação em lingüística da Universidade Federal de Santa Catarina. Tem experiência na área de Linguística, com ênfase em Teoria e Análise Linguística, atuando principalmente nos seguintes temas: semântica das línguas naturais, quantificação, modal, eventos, pragmática e filosofia da linguagem. Desde 2009, coordena o projeto de cooperação internacional Capes/Cofecub, "Nominais Nus no PB: a interface sintaxe-semântica", juntamente com a profª Carmen Dobrovie-Sorin, CNRS-LLF, Paris 7.

Confira entrevista onde ela nos fala sobre Semântica:

Leonardo Campos - A primeira pergunta é bem trivial: o que podemos definir por Semântica?

Roberta Pires- A Semântica estuda o que é que sabemos que nos permite interpretar qualquer sentença (ou discurso) da nossa língua.

LC - Existem outros segmentos dentro desta noção geral de semântica, como cognitiva, lexical, correto? Poderia comentá-los?

RP - A definição que dei acima caracteriza a abordagem formal da semântica, em que a preocupação é com o conhecimento implícito que um falante tem da sua língua. Nesse tipo de abordagem, a unidade é a sentença, mas podemos também descer ao morfema ou subir para o discurso.
Ela não é uma abordagem lexical no sentido de que não se preocupa prioritariamente com o significado dos itens lexicais, mas com as regras de combinação. Por exemplo, como é que entendemos uma sentença como (1) se provavelmente nunca a ouvimos antes?

(1) O gato de roupa xadrez está pendurado na lâmpada de cabeça para baixo.

A resposta é: porque sabemos como combinar os elementos. Somos criativos. Claro que a criatividade de (1) é, de certa forma, trivial. Mas se conseguirmos explicar como ela funciona, talvez possamos entender melhor a criatividade dos poetas.
A chamada Semântica Cognitiva preocupa-se fundamentalmente com o significado de itens lexicais. Sua hipótese é que esse signiticados são derivados do nosso corpo. Por exemplo, o significado de 'ir' é o movimento corpóreo que realizamos ao nos deslocar de um ponto no espaço a outro.

LC - Você acha que os livros didáticos de ensino fundamental e médio abordam o assunto de maneira satisfatória?

RP - Acho que não abordam e quando o fazem não é de maneira satisfatória. Os livros didáticos não pensam sobre a semântica. Por exemplo, qual é a contribuição semântica que 'ainda' nos dá? Por que eu posso dizer (2) mas não (3)?

(2) João ainda é jovem.
(3) * João ainda foi jovem.

Qual é a regra que qualquer falante sabe, porque ele não produz (3), que licencia o 'ainda'. Note que interessante o par com 'já'

(4) * João já é jovem.
(5) João já foi jovem.

A escola não vê como a língua que o aluno fala é interessante. Como é possível construirmos uma gramática dos dados de fala.

LC - Estudar semântica através de letras de música é muito prazeroso e se torna um ótimo recurso para atrair a atenção daqueles menos interessados. O que você acha?

RP - Sei que vou ser chata, mas eu acho que precisamos nos opor à ideia de que o conhecimento tem que ser divertivo, legal ou fácil. Conhecer é um privilégio humano e é difícil. Ninguém construiu uma nave espacial ou fez a teoria da relatividade apenas se divertindo. O conhecimento é em si um empreendimento surpreendente.

LC - Uma das questões muito estudadas na contemporaneidade é o estudo da polissemia. Como você faria um panorama deste ícone dos estudos semânticos?

RP - A polissemia tem diferentes interpretações nas várias filiacões teóricas, mas ela é importante em todas. Ela pode ser entendida como o fato de que uma palavra como 'janela' ter sentidos diferentes como a abertura ou a folha da janela. A janela do dente faltando, ou a janela da aula. Esses sentidos são de alguma forma conectados, por isso temos polissemia. Na ambiguidade os sentidos são desconectados. É o caso da manga da camisa e a manga fruta. Na abordagem formal, o interesse maior é na polissemia de palavras como os números. Será que um número significa exatamente aquele número ou pelo menos aquele número. Veja abaixo:

(6) Famílias com dois filhos têm direito a auxílio alimentação. (pelo menos dois)
(7) O João tem dois filhos (exatamente dois)

LC - Recentemente abordaram os estudos da polissemia através do roteiro do filme Caramuru – A invenção do Brasil, de Guel Arraes. Conhece algum outro bom filme para se trabalhar tal assunto?

RP - Na minha perspectiva, não precisamos apelar para filmes ou músicas, basta apelarmos para o que qualquer um sabe. O problema é que o que sabemos é tão parte de nós que não nos damos conta de como esse conhecimento é surpreendente. Você já tinha notado a regra do 'ainda'? Ela é uma das regras. Mas veja que você pode falar (8), mas (9) é estranho, por que?

(8) João não levantou um dedo para ajudar.
(9) João levantou um dedo para ajudar.

LC - O que diria para aqueles que querem cursar Letras hoje?

RP - Para mim, estudar as línguas naturais é fascinante. É uma investigação científica como tentar entender como é o nosso universo. Buscamos entender como é a mente humana, como é possível interpretarmos, como é esse conhecimento. Esse estudo não tem nada a ver com o que aprendemos na escola.

Créditos: Leonardo Campos, graduando em Letras Vernáculas com Habilitação em Língua Estrangeira Moderna - Inglês - UFBA | Pesquisador do grupo "Da invenção à reinvenção: imagens do Nordeste na mídia contemporânea” – Letras – UFBA | Pesquisador na área de cinema, literatura e cultura



Fonte: http://www.passeiweb.com/saiba_mais/atualidades/1260274378

Edição e Postagem: Fredson Oliveira

Reflexão: SINTAXE E SEMÂNTICA DA VIDA

Os desafios me movem...
Eles me levam além...
Quando a vida é ponto final,
um novo parágrafo me inaugura.
Quando a vida é virgula,
sempre dou jeito de colocar reticências.
Se a vida é voz passiva,
quero é ser agente dela.
Na verdade,busco sempre
ser sujeito e voz ativa.
Preciso de verbos de ação.
Meu coração é o meu predicado.
E creio que verbos intransitivos
não são graciosos.
Beleza está nos complementos,
nos adjuntos, nos advérbios,
especialmente nos de intensidade.
A vida fica tão mais bela...
Desafios fazem com que as orações
subordinadas tenham um quê de dúvida.
Desafios me empurram
para além da sintaxe...
Amor, por favor me ache...
Encontre um novo sentido em mim,
apenas assim a vida é metafora,
antítese, anáfora...
Estude meus símbolos...
Decifra-me,devora-me...
Minha semântica é o meu olhar...
Minha sintaxe só tem um verbo:
Amar.

Autora: Karla Bardanza
Fonte: http://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=16093
Edição e postagem: Fredson Oliveira

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Rede Semântica
Rede semântica é um mapa mental composto por palavras que estão associadas entre si.
Através de uma palavra-chave, o redator publicitário seleciona outros termos e faz diversas associações de ideias. É a famosa técnica PALAVRA-PUXA-PALAVRA.Sempre que surgir um job, reúna todas as palavras que, de algum modo, estão ligadas a um tema central. Quanto mais distante a ideia estiver do seu ponto inicial, mais criativa ela será.
Viaje nas palavras, nos significados (na maionese).

Riqueza semântica



Um político que estava em plena campanha chegou a uma  cidadezinha, subiu em um caixote e começou seu discurso:
- Compatriotas, companheiros, amigos! Nos encontramos aqui convocados, reunidos ou ajuntados para debater, tratar ou discutir um  tópico, tema ou assunto, o qual é transcendente, importante ou de vida ou morte. O tópico, tema ou assunto que hoje nos convoca, reúne ou ajunta, é  minha postulação, aspiração ou candidatura à Prefeitura deste Município...

De repente, uma pessoa do público pergunta:
- Escute aqui, por  que o senhor utiliza sempre três palavras para dizer a mesma coisa?
O candidato responde:
- Pois veja, meu senhor: A primeira palavra é para  pessoas com nível cultural muito alto, como poetas, escritores, filósofos etc.  A segunda é para pessoas com um nível cultural médio como o senhor e a maioria  dos que estão aqui. E a terceira palavra é para pessoas que têm um nível cultural muito baixo, pelo chão, digamos, como aquele bêbado ali jogado na  esquina.
De imediato, o bêbado se levanta cambaleando e responde:
- Senhor postulante, aspirante ou candidato! (hic) O fato, circunstância ou razão de que me encontre (hic) em um estado etílico, bêbado  ou mamado (hic) não implica, significa, ou quer dizer que meu nível (hic) cultural seja ínfimo, baixo ou ralé mesmo (hic). E com todo o respeito, estima ou carinho que o Sr. merece (hic) pode ir agrupando, reunindo ou ajuntando (hic), seus pertences, coisas ou bagulhos (hic) e encaminhar-se, dirigir-se ou ir diretinho (hic) à leviana da sua genitora, à mundana de sua mãe biológica ou à puta que o pariu!


Fonte:http://www.islamara.blogspot.com/

Publicidade e desonestidade semântica

Se o rival mais difícil está em nossa cabeça, nada melhor do que entender como e porque ele (s) entrou (aram) lá. É disso que trata o nosso segundo vídeo, Psicologia e Consumo. O autor ilustra muito bem a forma como as relações sociais são estruturadas a partir do estímulo do consumo por meio de, principalmente, propagandas áudio-visuais. Por meio delas não apenas um determinado produto é vendido mas formas de perceber o mundo e as outras pessoas são difundidas à exaustão causando em muitos casos uma confusão semântica onde um produto e um valor (estético, ideológico, moral) são confundidos e até mesmo tornam-se sinônimos, mesmo que sejam esencialmente antagônicos. No caso dos comerciais escolhidos, apesar de serem de marcas diferentes e países diferentes a mensagem é basicamente a mesma: rivalidade.

No caso da FIAT, a paixão afirmada na assinatura do comercial sugere um sentimento doentio, possessivo pelo bem material que isola o proprietário atrás dos vidros fechados e possibilita a este a ignorância do outro. O ciclista, na propaganda, assume o papel do estorvo, do elemento perturbador da comunhão perfeita entre homem e máquina. Mas que fique bem claro que se trata de uma relação monogâmica e assim sendo a cada automóvel, caberá apenas um indivíduo e nenhuma tentativa de cooperação entre a simbiose homem/máquina e qualquer elemento externo será tolerada.

 

Pode-se dizer que na propaganda da Volkswagen o objetivo é prospecção de mercado. Cada criança tem seu sonho individualista (mas como diria Raul: sonho que se sonha só, é só um sonho que se sonha só). O carro, como meio de realização pessoal, é instrumento de afirmação da masculinidade. E o melhor sonho, é o sonho que possibilita a vantagem quantitativa de ter  ao invés de uma loira vestida de preto, sete loiras vestidas de preto ao mesmo tempo. Quem não gostaria de ter um carro assim?

O que realmente nós precisamos é saber diferenciar o que nós realmente queremos do que o mercado quer que nós queiramos. Diferença estabelecida, inverte-se toda a lógica da relação consumidor mercado: ao invés de nós precisarmos dele de forma tão desesperada ficará muito claro que ele precisa de nós muito mais. Afinal, quantas empresas existiriam de fato se cada pessoa consumisse apenas o necessário para o seu uso e conforto?

O post anterior tratou um pouco da desonestidade semântica da publicidade na propaganda de automóveis. A Anabananasplit, lá de Portugal, também trata desse tema e nos proporciona belos espécimes desse verdadeiro circo de horrores que é a publicidade automotiva em sua página no flickr. Vale a pena conferir aqui.




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Fonte: http://oquehaveradepoisdacurva.wordpress.com/2008/11/01/mais-do-mesmo/
Editado e Postado: Fredson Oliveira

Erros de Semântica: ZERO

TANGO DE NANCY
Chico Buarque / Edu Lobo

Quem sou eu para falar de amor
Se o amor me consumiu até a espinha
Dos meus beijos que falar

Dos desejos de queimar
E dos beijos que apagaram os desejos que eu tinha

Quem sou eu para falar de amor
Se de tanto me entregar nunca fui minha
O amor jamais foi meu
O amor me conheceu
Se esfregou na minha vida
E me deixou assim

Homens, eu nem fiz a soma
De quantos rolaram no meu camarim
Bocas chegavam a Roma passando por mim
Ela de braços abertos
Fazendo promessas
Meus deuses, enfim!
Eles gozando depressa

E cheirando a gim
Eles querendo na hora
Por dentro, por fora
Por cima, por trás
Juro por Deus, de pés juntos
Que nunca mais
 Vida que ecoa por cada gota. No epílogo de uma madrugada lavada pelo toque de uma nuvem. Nos pensamentos imersos dentro de um chuveiro que insiste em codificar respostas à minha ignorância zunindo ao piso.

Vida presente no suor reluzente à testa do trabalho, vida escorrida em alma lavada ao espelho, vida pulsante no gozo de dois amantes exaustos. Vida cheia em um copo vazio pela metade.

Vida que alimenta pequenos peixes encerrados em cubos, vida que impulsiona outras vidas ao mesclar-se com o sólido e ergue sonhos, idéias, vaidades e incertezas exatas. Apenas vida. E ao mesmo tempo, toda a solitária morte.

Vida que ecoa por cada gota. Segundos contados por cada fenecer ao solo e renascer nas folhas das árvores. Chamado da vida que escorre por tuas pernas, semente de vida que te ofereço em minha loucura.

Sorriso da vida que floresce de tuas janelas como o brilho das estrelas. Tristeza da mesma que amarga surge afogando sentimentos em dor. Vida que batiza o infante. Vida que unge o efêmero.


Apenas vida. E ao mesmo tempo, a coletiva solidão do amar.


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Fonte: http://www.errosdesemantica.blogger.com.br/
Editado e Postado: Fredson Oliveira

Charge do dia: Semântica

Charge: Ivan Cabral
Retirado do site: http://www.ivancabral.com/2010/04/charge-do-dia-semantica.html
Postado por: Fredson Oliveira
"Cachorro Quente", ao pé da letra tem esse sgnificado á cima!


Fonte:http://alquimiadaspalavrassm.blogspot.com/

Fato Semântico!








Fonte:http://alquimiadaspalavrassm.blogspot.com/
A busca de significados, em qualquer material que seja, em livros, internete em sites específicos (blogs por exemplo), ajuda em um rico aprendizado, pois são fontes diversas e importantes, quanto mais obter conhecimento "semântico", que é saber de um modo geral das origens, de onde vem determinados significados das palavras em si, melhor! (Texto: Hellen Soares).

O Nome da Rosa Semântica Estrutural

   SEMÂNTICA ESTRUTURAL

   Teoria do significado desenvolvida sobretudo na Europa que tem por fundamento a fenomenologia de E. Husserl e Merleau-Ponty e a lingüística de Ferdinand de Saussure e Louis Hjelmslev. De caráter sincrônico, opõe-se à semântica diacrônica de Michel Bréal, embora lhe reconheça o mérito de ter sido o fundador da ciência. Dos vários nomes que podem ser citados como precursores da semântica estrutural destacamos os de A. Noreen e J. Trier. O primeiro divide os estudos semânticos em duas áreas (semântica descritiva e semântica etimológica), distingue entre significado ocasional e usual e, embora de forma diversa da glossemática (v. verbete), situa a oposição variante/invariante; já o segundo cria a teoria dos campos semânticos, cujos resultados são parciais, já que não ultrapassa o nível da palavra.


    Mas foi somente na década dos sessenta, sobretudo a partir das obras de Bernard Pottier e Algirdas Julien Greimas que efetivamente surgiu a semântica estrutural como ciência, com seus próprios postulados e metodologia. Para tanto, emprestaram da lingüística os conceitos das dicotomias, sobretudo expressão/conteúdo, e o modelo fonológico, desenvolvido pelo Círculo Lingüístico de Praga (Trubetzkói e Jakobson, entre outros), estipulando um paralelismo entre formas de expressão (cujo elemento mínimo é o fema) e formas de conteúdo (tendo no sema seu traço mínimo) (v. semema). Se a linha de Pottier se volta mais propriamente para os estudos gramaticais, sem ultrapassar os limites da frase, Greimas parte do texto em sua maior abrangência e acaba por enveredar numa área de pesquisas bem mais ampla – a da semiótica (ou semiologia). Ainda inacabada, a semântica estrutural realiza esforços no sentido de estipular universais semânticos, passo indispensável para seu maior êxito. Vale lembrar, com obras significativas na área referida, os nomes de Apresjan, U. Weinrich, Katz e Fodor.

 


Ramon Quintela
Fonte:http://www.fcsh.unl.pt/invest/edtl/verbetes/S/semantica_estrutural.htm

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

HTML 5 – Semântica e o que é importante na web

Bem como o CSS3 o HTML 5 vem para mudar totalmente a forma que a web é construída.



O HTML é a primeira camada do desenvolvimento client-side. Como você sabe, existem 3: a primeira que é a informação, que é o HTML que vai exibi-la na página. A segunda é o CSS, que vai formatar esse HTML de forma que fique legível, usável, bonito. E a terceira que vai definir o comportamento desses elementos, que é o Javascript e Ajax.
Deles o HTML é mais importante. É o HTML que cuida da exibição da formatação. É ele que serve os buscadores e leitores de tela. É ele que serve a informação para aplicações e te dão toda a informação que você busca na web todos os dias.

Hoje em dia, a maioria dessa informação tem significado. Leitores de tela e o Google conseguem distinguir o que é um título, parágrafo, ênfase, listas, etc… Mas como eles sabem o que é um telefone? Ah, sim, fazendo microformatos. Mas microformatos é uma tecnologia que veio para tapar um buraco de semântica do HTML. E esse é um assunto interessante.

Na nova versão do HTML, a 5, o pessoal do W3C está estudando novas formas de inserir significado no HTML. Hoje, só o básico é feito. Você define o que é título, parágrafo, links, endereços, e só. Com algum microformato, você consegue definir um contato, localização e outras informações.

Como o John Allsopp disse em seu artigo no A List a Part. Nós precisamos de tipos de mecanismos no HTML, que solucionem a necessidade dos desenvolvedores de enriquecer as informações exibidas no HTML dando significado inteligentes para os elementos. Essa é a verdadeira meta do HTML 5.

Infelizmente a adoção do HTML 5 não é tão simples assim. Temos que lembrar da regra Don´t Break the Web. Esse suporte deve ser leve, caso contrários, browsers como o Internet Explorer 6 ou 7 podem sofrer com a falta de compatibilidade com as novas características.

Autor: Diego Eis
Postado por: Kerignaldo Júnior

Paradigma e Rede Semântica

Entre os inúmeros elementos de sedução de que se vale o texto publicitário, existe um em particular que não podemos deixar de mencionar: a rede semântica. A rede semântica, assim também como o paradigma, está diretamente ligada ao estudos dos signos, alvo de estudos de consagrados estudiosos como Umberto Eco, Pierce e Saussure.

Este último, em seu Curso de Linguística Geral define o signo linguístico como a união de uma imagem acústica (o significante) a um conceito (o significado) por meio de um laço arbitrário.
Assim, por exemplo, a palavra ÁRVORE é constituída pelo seu aspecto concreto, ou seja seu conjunto sonoro (o significante) e seu aspecto conceitual , abstrato, a imagem mental (o significado).

Baseando-se na linguística, a publicidade descobriu que o universo semântico de um texto pode – e deve – estar sempre ligado à palavra- chave geralmente contida no título de um anúncio. Pois bem, esta palavrinha-chave contida no título é o que chamamos de paradigma. E todas as outras palavras que giram em torno do mesmo conceito- chave contido no título levam o nome de rede semântica.
A publicidade utiliza muito esta técnica, também utilizada pelos poetas e escritores na construção de textos. Assim, de acordo com a técnica palavra-puxa-palavra, vamos ordenando a estrutura do texto que gira sempre em torno do conceito definido do título. Por exemplo, se estamos desenvolvendo um anúncio para uma companhia aérea, por exemplo a Varig, poderíamos colocar um título como o abaixo: O BRASIL VOA COM A VARIG. Ocorre que se fizéssemos isso estaríamos construindo meramente um título jornalístico e não publicitário. Coo vimos nos capítulos anteriores, o texto jornalístico, de uma forma geral, é baseado na informação, enquanto que o publicitário é baseado na sedução, no convencimento.

Então para cumprir essa sua missão de convencer o consumidor, o redator publicitário deverá utilizar recursos linguísticos e estilísticos que sirvam para tal. Como a ambiguidade e polissemia.

Assim, em vez de simplesmente colocar um título como o visto acima O BRASIL VOA COM A VARIG, este redator publicitário poderia escrever o seguinte título: O BRASIL VOA NAS ASAS DA VARIG. Pronto, além de ter acrescentado recursos persuasivos na construção do título (polissemia e ambiguidade no caso), o redator nos mostrou o que vem a ser o paradigma. Assim, uma vez descoberto o paradigma, todas aquelas outras palavras que por associação de idéias estiverem ligadas ao conceito VOAR, COMPANHIA AÉREA, AVIÃO, contido no título farão parte da rede semântica do anúncio.

Por exemplo, caso este redator escrevesse as seguintes frases abaixo no texto: Voando Varig você chega A JATO ao seu destino. Ou ainda: Varig. Para você que procura um atendimento À ALTURA. Ou ainda: Voando Varig você vai se sentir NAS NÚVENS.

Como já foi dito antes, o texto publicitário é muito mais conhecido e apreciado pelo seu aspecto conotativo que pelo denotativo. As metáforas, eufenismos, hipérboles e demais figuras de linguagem utilizadas na confecção do texto é que dão todo o charme e brilho que o texto publicitário tem. Um outro exemplo de rede semântica e paradigma que serviria para ilustrar essa nossa aula é caso de um anúncio publicado por uma determinada marca de produtos para limpeza. Destinado predominantemente ao público feminino, o anúncio em questão trazia um forte apelo para as mulheres – que estão sempre preocupadas em proteger suas mãos, expostas durante muito tempo à ação de produtos químicos durante a limpeza de pratos, copos e outros utensílios domésticos.

Junto a foto do produto em primeiro plano, o detergente Veja, o título do referido anúncio dizia o seguinte: VEJA. CAI COMO UMA LUVA PARA VOCÊ. Assim, qualquer palavra que o redator venha a inserir no texto que faça alusão à proteção, luva, limpeza, clarear, fará parte de rede semântica do mesmo. Por exemplo, digamos que você escreva no texto: Veja. E A MAIOR LIMPEZA NA COZINHA. Ou ainda: Pensou em detergente, pensou Veja, É CLARO.

Ou ainda: Ou você usa Veja ou ACABA IRRITADA NA COZINHA. Da próxima vez, você já sabe: antes de pegar no pesado, use Veja. Suas mãos e seu marido vão agradecer. Agora que você sabe a importância de elaborar textos para publicidade utilizando paradigma e rede semântica, não esqueça de utilizá-los sempre na construção de suas frases.

A associação de idéias além de dar um brilho especial ao seu texto vai ajudá-lo em muito a convencer o seu consumidor a tomar uma atitude mais favorável ao produto anunciado por você, tornando seu texto muito mais agradável e gostoso de ser lido.

Autor não identificado
Disponível em: http://www.scribd.com/doc/13196282/Paradigma-e-Rede-Semantica
Postado por: Kerignaldo Júnior

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Análise da música "CONSTRUÇÃO"






Construção

Chico Buarque

Composição: Chico Buarque

Amou daquela vez como se fosse a última
Beijou sua mulher como se fosse a última
E cada filho seu como se fosse o único
E atravessou a rua com seu passo tímido
Subiu a construção como se fosse máquina
Ergueu no patamar quatro paredes sólidas
Tijolo com tijolo num desenho mágico
Seus olhos embotados de cimento e lágrima
Sentou pra descansar como se fosse sábado
Comeu feijão com arroz como se fosse um príncipe
Bebeu e soluçou como se fosse um náufrago
Dançou e gargalhou como se ouvisse música
E tropeçou no céu como se fosse um bêbado
E flutuou no ar como se fosse um pássaro
E se acabou no chão feito um pacote flácido
Agonizou no meio do passeio público
Morreu na contramão atrapalhando o tráfego

Amou daquela vez como se fosse o último
Beijou sua mulher como se fosse a única
E cada filho seu como se fosse o pródigo
E atravessou a rua com seu passo bêbado
Subiu a construção como se fosse sólido
Ergueu no patamar quatro paredes mágicas
Tijolo com tijolo num desenho lógico
Seus olhos embotados de cimento e tráfego
Sentou pra descansar como se fosse um príncipe
Comeu feijão com arroz como se fosse o máximo
Bebeu e soluçou como se fosse máquina
Dançou e gargalhou como se fosse o próximo
E tropeçou no céu como se ouvisse música
E flutuou no ar como se fosse sábado
E se acabou no chão feito um pacote tímido
Agonizou no meio do passeio náufrago
Morreu na contramão atrapalhando o público

Amou daquela vez como se fosse máquina
Beijou sua mulher como se fosse lógico
Ergueu no patamar quatro paredes flácidas
Sentou pra descansar como se fosse um pássaro
E flutuou no ar como se fosse um príncipe
E se acabou no chão feito um pacote bêbado
Morreu na contra-mão atrapalhando o sábado

Por esse pão pra comer, por esse chão prá dormir
A certidão pra nascer e a concessão pra sorrir
Por me deixar respirar, por me deixar existir,
Deus lhe pague
Pela cachaça de graça que a gente tem que engolir
Pela fumaça e a desgraça, que a gente tem que tossir
Pelos andaimes pingentes que a gente tem que cair,
Deus lhe pague
Pela mulher carpideira pra nos louvar e cuspir
E pelas moscas bicheiras a nos beijar e cobrir
E pela paz derradeira que enfim vai nos redimir,
Deus lhe pague


Semântica / Polissemia

A significância de cada palavra dentro do texto circular, às vezes apenas mudando de gênero, passa a uma conotação diversamente especial da anterior, para expressar uma situação diferente, oposta ou contígua.

*Construção é um dos poucos poemas elaborados com excesso de palavras repetidas, mas que não causa redundância, pois chico sabe bem usar de forma inteligente e criativa as palavras e com elas exprimir semanticas diferentes

*Construção é um dos mais bem inspirados, criados e escritos poemas de Língua Portugesa.

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjPgugzrn-sjoe9ryMTyNoraxAhqmP8zsnZqhTrAHkZJx8OzLJvWvfb5yt03U0Tgzy942fIx3RYH4WL4L3kxQb0ItFkvgisF0BY-2DGbjzLZ0IB2s0FB_XFvrpGlMWZSvVjI3hHFIgdagc/s1600/2.jpg

Postado Por: DANIELLE CRUZ

Semântica nos livros Didático

Desde os primórdios os grandes estudiosos da língua atribuíram as transformações por esta sofrida á fonética, ou seja, sempre se acreditou que a língua sofria mutações devido aos sons da fala; quando na verdade as translações no tempo e espaço é que atribuíram novas significações a elas até estender-se ao estudo dos sentidos relativos às frases para que estas não fossem apenas reprodutoras de informações.

Desta maneira o homem, o tempo e o espaço gradativamente atribuem novas acepções as palavras e expressões de acordo com as suas necessidades fazendo analogias aquilo já existente na linguagem como forma de se fazer entender; como uma espécie de contrato social da comunicação global; assim como as abreviações, as derivações, as metáforas entre outras foram surgindo.

Conclui-se, portanto que a semântica introduz na língua uma flexibilidade deixando um grande espaço para os novos sentidos que uma palavra pode vir a adquirir. Os estudos da semântica na educação abrem as portas para a construção efetiva das produções de texto, visto que, é através dela que pouco a pouco se constrói o sentido das palavras e frases de acordo com o seu contexto levando o leitor-escritor a reflexão sobre a escolha dos recursos a serem utilizados e o seu por que, dependendo do efeito ou impacto que se planeja atingir.

Como forma de ilustração podemos usar a propaganda que tem uma linguagem que se difere de estudos científicos já que cada um tem o seu objetivo particular. A semântica permite mais do que ler um texto e escrevê-lo, permite compreendê-lo, é através dela que nos engajamos a procurar os contextos a que certas colocações foram feitas e assim caminhar rumo à complexidade das expressões que foram surgindo na língua, as suas acepções e suas determinações em cada momento de uma colocação.

Se realizarmos uma leitura rigorosa em livros didáticos de língua portuguesa, quer seja-nos mais antigos ou nos mais modernos, tanto nos destinados ao ensino fundamental quanto nos destinados ao ensino médio, excetuando-se raríssimas exceções, constataremos que a significação, o estudo do sentido de uma palavra, sintagma, frase, texto ou discurso recebe nesses compêndios pouquíssima atenção.

Temas mais “nobres” como ortografia, acentuação, classificação das palavras, regência, concordância, colocação pronominal, entre outros ocupam praticamente todas as páginas dos manuais didáticos de língua portuguesa. Ao olharmos para a história do livro didático no Brasil constatamos que esses manuais seguem até hoje certa lógica que prioriza questões ortográficas e sintáticas. As questões semânticas quando aparecem, ou figuram marginalmente, ou são tratadas da mesma maneira que uma questão gramatical.  Essa lógica está presente desde o primeiro livro didático de Língua Portuguesa, “Compêndio da Ortografia da Língua Nacional, de A. A. P.”. Coruja, publicado no Rio de Janeiro pela Tipografia Francesa em 1848.

Num livro didático mais “moderno” como o de Tesoto & Discini (1994), intitulado “Novo texto & contexto” da Editora do Brasil de São Paulo, destinado a alunos da quinta a oitava série do ensino fundamental, embora o compêndio se proponha como uma obra que procura priorizar a interpretação de texto, portanto objetiva dar conta de uma questão de ordem semântica, o que prevalece na prática são exercícios que pouco têm a ver com problemas semânticos.

A título de exemplo, para corroborar nossa afirmação, mobilizamos a proposta de exercício presente na página 159: “Redação”. “Conotação e denotação”. “1 - Crie frases conotativas com essas palavras: noite, caminho, entardecer, relógio, avião e 2 – Crie frases conotativas com esses verbos: apagar, secar, inundar, plantar”.

O exercício proposto trata de um tema semântico, conotação/denotação, da mesma maneira que são tratados temas gramaticais. O tratamento didático dado ao tema semântico da conotação-denotação proposto por Tesoto & Discini se constitui num forte argumento em defesa de nossa hipótese de trabalho de que a significação figura apenas marginalmente e gramaticalizada nos manuais didáticos de língua portuguesa.

Tal postura adotada pela grande maioria dos manuais didáticos de língua portuguesa implica uma redução muito grande das atividades que poderiam e deveriam ser realizadas pelo professor em sala de aula. Os compêndios didáticos ao privilegiarem apenas conteúdos gramaticais deixam de sugerir aos professores outras possibilidades de explorar os processos de criação de sentidos, abrindo assim perspectivas para um ensino de língua portuguesa mais criativa e motivada.

No livro “Português tempo de comunicação” de Ana Barbieri, Nilce Gadelha e Norma Discini observamos que a pouca atenção dada ao estudo da significação pode ser uma característica que empobrece o estudo da língua materna, no que tange o ensino fundamental e médio. Sabemos que há uma grande preocupação em ensinar ao aluno regras gramaticais, em fazê-lo um repetidor de "rótulos" contidos na gramática e para isso é dedicado muito tempo de aula à Sintaxe, entretanto o tempo dedicado ao estudo semântico é insignificante.

Ora, esse descompasso é preocupante e problemático, pois as relações significativas permeiam desde sempre a vida do aluno, seja na leitura de um "outdoor", seja na construção de imagens que ele tem de fazer para interpretar um poema, seja ouvindo uma piada em que ele, necessariamente, constrói o significado, enfim a Semântica está presente em seu cotidiano e ele o percebe de diversas maneiras, enquanto que a Sintaxe não é, muitas das vezes, perceptível em seu dia-a-dia. 

Com esses exemplos, verificamos que a Semântica ainda não recebe um tratamento adequado nos estudos lingüísticos. Contudo, entendemos que a semântica tem um papel importante nos estudos lingüísticos; não há como separar o estudo dos significados e os estudos sintáticos. 

Fonte: http://influenciacaos.blogspot.com/2010/10/semantica-nos-livros-didatico.html

Postado e editador por: Fredson Oliveira

Video Estudando a LinguaPortuguesa "Semântica"

http://www.youtube.com/watch?v=K_2Dq9VyRzc

UM VIDEO QUE EXPLORA BEM AS FORMAS SEMANTICAS E AS FIGURAS DE LINGUAGEM USADAS DA LINGUA PORTUGUESA, DE FORMA CLARA, OBJETIVA E INTERATIVA




POSTADO POR: DANIELLE CRUZ

[Grupo TV1] Web Semântica - Guia do Futuro

Semântica

Ciência linguística que estuda as relações das palavras com os objetos por elas designados, ocupando-se de concluir, pelo processo indutivo, quais as leis e de que modo se aplicam aos mesmos.

O termo ‘semantics’ (enquanto ramo da linguística) surge pela primeira vez, em 1894, numa folha da American Philological Association entitulada ‘Reflected meanings: a point in semantics’. A utilização inicial do termo serviu para referir o desenvolvimento e mudança do significado. No entanto, o surgimento da semântica como disciplina autónoma surge, em 1897, data da publicação do Ensaio de Semântica, da autoria de M. Bréal. A reflexão sobre o significado, de fato, sempre suscitou grande interesse pelos linguistas e gramáticos ocidentais. Aristóteles é o primeiro a atribuir o referente ao significado de uma palavra, referente esse que traduz sempre a mesma realidade. J. Locke opõe-se a esta definição, preterindo o reconhecimento do significado com a coisa. Só no século XIX, através de W. Humboldt, o significado passa a ser associado a um elemento da língua. Em oposição a estas teorias, Saussure atribui ao significado um caráter subjetivo e interno: passa a ser encarado como uma entidade pertencente à língua, mudando e definindo-se por ela. Na segunda metade do século XX, os estudos levados a cabo pela semântica modelaram as teorias anteriores, cujos critérios têm a ver sobretudo com a origem das unidades semânticas, as relações entre as mesmas e a disposição semântica dos enunciados.

O estudo da semântica (enquanto estudo do significado) é fundamental para o estudo da comunicação, exigindo esta cada vez mais pesquisa, devido à sua importância na organização social. Assim, o significado, essencial para que as interações humanas se estabeleçam de forma perfeita, pode assumir diversos aspectos: o conceitual (lógico e cognitivo); o de conotação (referido pelo valor linguístico); o estilístico (perceptível pelas ocorrências sociais); o afetivo (patente nas emoções ou atitudes do escritor/falante); o refletido (resultante da associação com outro sentido na mesma frase); o de colocação (quando tende a ocorrer em outra palavra); o temático (ilustrativo da maneira como a mensagem é transmitida no que respeita à ordem e à profundidade do assunto explanado).

Como acontece na maior parte das teorias, uma das condições essenciais da semântica resulta da necessidade da mesma de ser falsificável para que possa ser empírica. Sendo assim, todas as teorias contrárias devem ser devidamente avaliadas com o objetivo de as falsificar. Além disso, a teoria semântica deve obedecer a três preceitos: deve compreender a natureza da relação entre os significados; deve saber encontrar ambiguidades, quer em palavras, quer em sentenças; deve explicar as relações que se estabelecem entre palavras e sentenças – no fundo, trata-se das relações de sinonímia, acarretamento, inclusão lógica, contradição, etc. Por outro lado, uma das propriedades gerais que qualquer teoria linguística geral deve apreender consiste no caráter finito do conjunto de sentenças que representa a linguagem. Chomsky foi o primeiro a atribuir esta peculiaridade à linguagem, baseando-se na tarefa censurável do linguista de dar uma mera descrição das sentenças semânticas, sintáticas ou fonológicas. Assim, o mesmo linguista estipulou a possibilidade de um conjunto infinito de objetos ser descrito a partir de um conjunto finito de regras ou enunciados gerais. Quando aplicado à semântica este processo não interfere na atribuição do significado às palavras, porque as linguagens possuem somente um conjunto de palavras cujos significados podem ser referidos numa lista finita.

A teoria semântica descreve e explica o significado dos sons emitidos pelos falantes de qualquer língua. Trata-se de descrições estruturais necessárias e indispensáveis à comunicação oral e escrita. Através dos diversos tipos de semântica, toda a competência linguística é assegurada e sobretudo mantida: a semântica frasal estuda o significado das frases, ou seja, as funções dos seus constituintes; a lexical ocupa-se dos constituintes do léxico, descrevendo as suas relações; a formal analisa sistemas lógicos; a generativa encara a semântica como o princípio da estrutura sintática.

Tal como as outras disciplinas linguísticas, a semântica pode ser teórica (se estuda o conceito de significado), histórica (quando analisa o significado diacronicamente), descritiva (sempre que analisa o significado sincronicamente) ou comparativa (quando se opta por relacionar significados). Mas, quando se trata de um termo tão abrangente, como o que caracteriza a semântica, torna-se impossível não referir os ramos em que a mesma se divide. Uma dessas subdivisões incide na semântica lógica, que estuda o significado, tendo por base a lógica matemática. Passou a ser designada por semântica pura, na continuidade de Carnap, sendo considerado um ramo especializado da lógica moderna.

Em oposição à semântica pura, surge a semântica linguística, a qual pode ser dividida tanto pela sua vertente teórica como pela descritiva. Ao passo que a semântica linguística teórica estuda o significado do ponto de vista da linguagem, já a semântica linguística descritiva tem por objetivo descrever ou investigar o significado das frases e dos enunciados das línguas.

Dado o contínuo estado evolutivo da linguagem nas suas diversas considerações, a semântica diacrônica (ou histórica) estuda de forma atenta as variações linguísticas (social, geográfica e pessoal) e estilísticas, de modo a atualizar a investigação linguística, da qual depende a língua portuguesa. O estudo dos linguistas baseia-se na distinção feita por Sausurre entre a linguística diacrônica e a sincrônica, a qual estuda a linguagem num determinado período ou época. Assim, os semânticos não só analisam o desenvolvimento e a mudança do significado, mas também a própria etimologia, que muitas vezes se torna essencial para um estudo mais aprofundado do termo em questão.

Uma das grandes dicotomias discutidas pelos linguistas e lógicos associa-se à natureza das regras semânticas e a relação entre as propriedades semânticas e as sintáticas de uma linguagem. Na opinião dos lógicos, a explicação sintática de uma linguagem associa-se à designação das formas lógicas de uma linguagem, isto é, a sintaxe das linguagens formais, bem como das linguagens naturais, conduz à formulação de generalizações semânticas. Os linguistas, pelo contrário, defendem a exposição do método estrutural na apresentação dos itens lexicais para formar sentenças como explicação sintática. De forma concomitante, a formulação das próprias representações semânticas começou a suscitar maior interesse nos linguistas, passando a rejeitar os princípios que as explicam.

No que diz respeito à análise dos psicólogos, a mesma difere em larga medida. Charles Morris autor de Signs, Language and Behaviour, foca a sua atenção nos signos e no seu significado. C. E. Osgood, G. J. Suci e P. H. Tannenbaum, na obra The Measurement of Meaning, tal como o próprio título indica, tentam ‘medir’ graus Do sentido. No entanto, o linguista interessa-se mais pelos acontecimentos cotidianos e a linguagem neles empregada do que pelas experiências psicológicas marcadas pelo artificialismo. Quer o filósofo quer o linguista recusam a linguagem observável, apesar de recorrerem a modelos aparentemente assentes na matemática. Quando se distingue ciência e filosofia da ciência, as diferenças tornam-se evidentes: o cientista explica os objetos do seu estudo estipulando regras científicas para os mesmos; ao filósofo cabe a tarefa de explicar como as teorias podem ser perceptíveis por si só.

A semântica influencia ainda o estudo da mente humana, no que diz respeito a processos mentais ou cognitivos, que estão intimamente ligados à maneira como classificamos a própria experiência no mundo, através da linguagem.

Bibliografia
S. Ullmann: Semantics: An Introduction to the Science of Meaning (1964); G. N. Leech: Semantics (1974); Ruth M. Kempson: Semantic Theory (1977); John Lyons: Semantics (1977); J. D. Fodor: Semantics: Theories of Meaning in Generative Grammar (1977); F. R. Palmer: Semantics a new outline (1979); H. C. Campos e M. F. Xavier: Sintaxe e Semântica do Português (1991); Angelika Linke, Markus Nussbaumer, Paul R. Portmann: Studienbuch Linguistik (1996); Monika Schwarz e Jeanette Chur: Semantik (2001).


Autora: Annabela Rita
Postado com adaptações para o português brasileiro por: Kerignaldo Júnior