sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Erros de Semântica: ZERO

TANGO DE NANCY
Chico Buarque / Edu Lobo

Quem sou eu para falar de amor
Se o amor me consumiu até a espinha
Dos meus beijos que falar

Dos desejos de queimar
E dos beijos que apagaram os desejos que eu tinha

Quem sou eu para falar de amor
Se de tanto me entregar nunca fui minha
O amor jamais foi meu
O amor me conheceu
Se esfregou na minha vida
E me deixou assim

Homens, eu nem fiz a soma
De quantos rolaram no meu camarim
Bocas chegavam a Roma passando por mim
Ela de braços abertos
Fazendo promessas
Meus deuses, enfim!
Eles gozando depressa

E cheirando a gim
Eles querendo na hora
Por dentro, por fora
Por cima, por trás
Juro por Deus, de pés juntos
Que nunca mais
 Vida que ecoa por cada gota. No epílogo de uma madrugada lavada pelo toque de uma nuvem. Nos pensamentos imersos dentro de um chuveiro que insiste em codificar respostas à minha ignorância zunindo ao piso.

Vida presente no suor reluzente à testa do trabalho, vida escorrida em alma lavada ao espelho, vida pulsante no gozo de dois amantes exaustos. Vida cheia em um copo vazio pela metade.

Vida que alimenta pequenos peixes encerrados em cubos, vida que impulsiona outras vidas ao mesclar-se com o sólido e ergue sonhos, idéias, vaidades e incertezas exatas. Apenas vida. E ao mesmo tempo, toda a solitária morte.

Vida que ecoa por cada gota. Segundos contados por cada fenecer ao solo e renascer nas folhas das árvores. Chamado da vida que escorre por tuas pernas, semente de vida que te ofereço em minha loucura.

Sorriso da vida que floresce de tuas janelas como o brilho das estrelas. Tristeza da mesma que amarga surge afogando sentimentos em dor. Vida que batiza o infante. Vida que unge o efêmero.


Apenas vida. E ao mesmo tempo, a coletiva solidão do amar.


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Fonte: http://www.errosdesemantica.blogger.com.br/
Editado e Postado: Fredson Oliveira

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